Por que analisar apenas a HbA1c não é suficiente?

Apesar de ser um importante biomarcador, a hemoglobina glicada não fornece algumas informações necessárias para o controle glicêmico. Saiba quais são

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A luta diária das pessoas com diabetes para manter a glicemia sob controle tem como objetivo evitar as hipoglicemias e hiperglicemias que resultam em complicações graves a longo prazo. Para saber se o nível de glicose no sangue está adequado, alguns exames são fundamentais, como os testes de glicemia capilar (feitos na ponta do dedo) ou a monitorização contínua de glicose (CGM). Ambos servem para o acompanhamento diário, mas não substituem a hemoglobina glicada (HbA1c).

A HbA1c é um exame plasmático que traz a glicemia média no período de 60 a 90 dias que antecede a coleta de sangue. Ela passou a ser considerada parâmetro essencial na avaliação do controle do diabetes após a publicação dos resultados de dois grandes estudos clínicos: o Diabetes Control and Complications Trial (DCCT), de 1993, e o United Kingdom Prospective Diabetes Study (UKPDS), em 1998.

Esses estudos demonstraram que manter o nível de HbA1c abaixo de 7% reduz significativamente o risco de pessoas com diabetes desenvolverem complicações micro e macrovasculares. No entanto, como o tratamento do diabetes é individualizado, o valor de referência da HbA1c varia de acordo com as condições clínicas do paciente.

Por exemplo, HbA1c menor que 8% é considerada adequada no caso de um idoso comprometido, que tem múltiplas comorbidades crônicas, como câncer, artrite reumatoide, infarto do miocárdio ou acidente vascular cerebral. Isso se justifica porque, assim como na puberdade, a tentativa de um controle muito rígido da glicemia pode incorrer em hipoglicemia e em outros efeitos indesejados.

Mas há alguns casos em que a HbA1c não é um marcador confiável.

São eles:

  • Hemoglobinopatia (como a doença falciforme e a talassemia);
  • Anemia severa;
  • Uremia;
  • Entre outros.

Hipoglicemia e variabilidade da glicose

Além das situações citadas acima, a hemoglobina glicada não fornece dados sobre duas situações muito importantes no acompanhamento do diabetes: hipoglicemia e variabilidade glicêmica.

Não é possível saber, por exemplo, se um paciente com HbA1c de 6% está muito bem controlado ou com vários episódios de hipoglicemia, como explica o endocrinologista pediátrico Dr. Mauro Scharf no módulo 3 da aula CGM Masters. Clique aqui para assistir.

Essa é uma das razões pelas quais a CGM com o sensor FreeStyle Libre se torna fundamental no tratamento do diabetes. O uso do sensor fornece métricas derivadas de CGM, como Tempo no Alvo (TIR), e emite relatórios essenciais para tomada de decisão do médico em relação aos ajustes de insulina e medicamentos e assim orientar o paciente.

Na aula do CGM Masters, o endocrinologista Dr. João Eduardo Nunes Salles esclarece que o TIR é a porcentagem de tempo que a pessoa passa com seus níveis de glicose dentro do intervalo da meta glicêmica. O ideal é que as pessoas com diabetes tipo 1 e tipo 2 tenham um tempo no alvo acima de 70%, ou seja, que pelo menos 17 horas por dia elas fiquem com a glicemia entre 70 e 180 mg/dL.

É recomendado também que as hipoglicemias não ultrapassem 4% do tempo (no máximo 1 hora por dia), enquanto a porcentagem de hiperglicemia não pode ser superior a 25% do tempo (menos de 6 horas diárias). Essas referências, no entanto, mudam para gestantes e idosos, pois levam em consideração as condições clínicas e fatores do momento.

Veja na figura abaixo a representação gráfica:

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Disponível em: https://www.diabetesnoalvo.com.br/cgm-masters-m3/

Evidências e benefícios do CGM

Desta forma, os especialistas afirmam que o Tempo no Alvo fornece mais informações essenciais para uma boa tomada de decisão do que a HbA1c. Além disso, aumentar 10% o tempo que se passa dentro dos valores adequados reduz 0,8% na HbA1c, segundo estudo. 4

O endocrinologista Mauro Scharf avalia que as métricas do Tempo no Alvo humanizaram o tratamento do diabetes, pois possibilitam que o paciente seja menos severo consigo mesmo quando não alcança o controle glicêmico perfeito.

Portanto, ele destaca a importância de que todas as pessoas com diabetes conheçam o conceito de Tempo no Alvo e saibam como interpretar os dados do sensor de glicose. Para saber interpretar todas as preciosas informações que o uso do FreeStyle Libre fornece, clique aqui e assista à aula completa do Dr. Mauro Scharf e Dr. João Salles sobre as métricas derivadas do uso da CGM.

Referências 

1. Sumita NM, Andriolo Glycohemoglobin importance in the diabetes mellitus control and in the risk evaluation of chronic complication. J Bras Patol Med. 2008.

2. Almeida-Pititto B, Dias ML, Moura FF, Lamounier R, Vencio S, Calliari LE. Metas no tratamento do diabetes. In: Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes. 2023. [acesso em maio de 2023]. Disponível em: https://diretriz.diabetes.org.br/metas-no-tratamento-do-diabetes/?pdf=3835

3. Diabetes no Alvo. [acesso em maio de 2023]. Disponível em: https://diabetesnoalvo.com.br/cgm-masters-m3/3

4. Battelino T, Danne T, Bergenstal RM, Amiel SA, Beck R, Biester T, et al. Clinical Targets for Continuous Glucose Monitoring Data Interpretation: Recommendations From the International Consensus on Time in Range. Diabetes Care. 2019;42(8):1593-603.

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