Complicações agudas e crônicas, como hipoglicemia, cetoacidose e infecções, estão entre os principais motivos de internação… Saiba como evitá-las.
Para você paciente, preparamos um conteúdo exclusivo, clique aqui para acessá-lo.
Mesmo com os avanços significativos no tratamento do diabetes, muitas pessoas ainda enfrentam desafios no controle da glicose, o que as expõe a um risco elevado de complicações agudas como: hipoglicemia grave e cetoacidose diabética, incluindo eventos cardiovasculares e renais. Essas complicações estão entre as principais causas de hospitalização e impactam diretamente a qualidade de vida, a sobrevida e os custos com saúde1.
Hipoglicemia: um risco evitável
A hipoglicemia grave é uma das principais causas de internação e pode levar a convulsões, perda de consciência e até morte, especialmente em pacientes com percepção reduzida dos sintomas. Essa condição é caracterizada pela queda dos níveis de glicose no sangue abaixo de 70 mg/dL, geralmente decorrente do uso excessivo de insulina ou medicamentos orais para diabetes, jejum prolongado, atividade física intensa ou ingestão de álcool2.
O uso do monitoramento contínuo de glicose está associado a uma redução significativa nas hospitalizações por hipoglicemia grave, especialmente em pessoas com diabetes tipo 1, grupo no qual a percepção reduzida dos sintomas é mais comum e perigosa1.
Hiperglicemia, Cetoacidose Diabética e Estado hiperglicêmico hiperosmolar (EHH)
A hiperglicemia causada pela ausência ou insuficiência de insulina, se não tratada, pode evoluir para complicações mais graves, como a cetoacidose diabética (CAD) e o estado hiperglicêmico hiperosmolar (EHH). São reconhecidos como as duas emergências hiperglicêmicas mais graves em pessoas com diabetes, ambas as condições representam riscos significativos à vida e requerem atendimento médico imediato2.
Nas últimas décadas, observou-se um aumento global nas taxas de hospitalização por CAD e EHH, especialmente entre adultos com menos de 45 anos. Dados recentes indicam um crescimento de até 55% nas internações por CAD, reflexo tanto da maior incidência, quanto falhas na prevenção e manejo precoce das emergências3.
Complicações cardiovasculares e renais4
As doenças cardiovasculares, incluindo infarto do miocárdio (IAM) e acidente vascular cerebral (AVC), são complicações frequentes do diabetes decorrentes da exposição crônica à hiperglicemia. Essas condições representam uma das principais causas de hospitalização entre pessoas com diabetes, contribuindo significativamente para a morbidade e mortalidade dessa população.
Além disso, as doenças renais crônicas associadas ao diabetes são uma causa importante de internação e têm um grande impacto na qualidade de vida dos pacientes.
Lesões nos pés4
Lesões nos pés, conhecidas como pé diabético, também são causas comuns de hospitalizações e amputações. Essas lesões estão relacionadas ao descontrole da glicose e à neuropatia periférica, agravando o risco de complicações graves e demandando cuidados multidisciplinares para prevenção e tratamento.
O papel do monitoramento da glicose na redução de internações
Estudos recentes demonstram que o monitoramento contínuo da glicose (CGM) pode reduzir significativamente eventos agudos e hospitalizações. Em um estudo com mais de 2.500 pessoas com DM2 em tratamento com insulina basal-bolus, o uso do sistema FreeStyle Libre reduziu em 61% os eventos agudos (como cetoacidose diabética e coma hipoglicêmico) e em 32% as hospitalizações por todas as causas, após cerca de 45 dias de uso do sensor5.
Estudos populacionais na Suécia revelaram que pessoas com diabetes tipo 1 que utilizaram o sistema FreeStyle Libre apresentaram reduções de até 68% nas internações por hipoglicemia grave, 45% por cetoacidose diabética e mais de 50% em eventos cardiovasculares, como infarto e AVC1.
Esses achados reforçam os benefícios clínicos do monitoramento contínuo de glicose (CGM) como ferramenta essencial na prevenção de complicações graves e no manejo do diabetes tipo 1 e tipo 2, promovendo melhorias significativas no controle da glicose e reduções consistentes nas hospitalizações por eventos agudos e complicações de longo prazo1.
Referências
1. EEG-OLOFSSON, K.; LIND, M.; SVENSSON, A. M. et al. Initiation of intermittently scanned continuous glucose monitoring is associated with reduced hospitalization for acute diabetes events and cardiovascular complications in adults with type 1 diabetes. Diabetes Care, v. 47, n. 12, p. 2164–2171, 2024. DOI: https://doi.org/10.2337/dc24-0690.
2. AMERICAN DIABETES ASSOCIATION. 15. Diabetes care in the hospital: Standards of care in diabetes—2024. Diabetes Care, v. 47, supl. 1, p. S266–S275, 2024. DOI: https://doi.org/10.2337/dc24-S015.
3. AMERICAN DIABETES ASSOCIATION. Hyperglycemic crises in adults with diabetes: a consensus report. Diabetes Care, v. 47, n. 8, p. 1257–1265, 2024. DOI: https://doi.org/10.2337/dci24‑0032.
4. AMERICAN DIABETES ASSOCIATION. Standards of medical care in diabetes— 2024. Diabetes Care, v. 47, supl. 1, p. S1–S283, 2024. DOI: https://doi.org/10.2337/dc24-Sint.
5. BERGENSTAL, R. M. et al. Flash CGM is associated with reduced diabetes events and hospitalizations in insulin-treated type 2 diabetes. Journal of the Endocrine Society, v. 5, n. 1, 2021. DOI: https://doi.org/10.1210/jendso/bvab013.
ADC-115803 v1.0